Ardente Paixão

Capítulo 02

Fernanda

A manhã chegou rápido, depois de uma noite tranquila em casa, acordamos cedo para ir pegar o primeiro voo com destino a Seattle, o Lucca já fez toda a nossa programação para esses dias que vou ficar la, já tem um tempo que não passo vários dias assim com meus pais e meu pequeno, vou aproveitar bastante esses dias, não sei quando terei uma nova folga novamente.

Chego a cozinha a mamãe já está com o café pronto.

_ Bom dia minha filha.

_ Caiu da cama dona Lucia. Bom dia.

_ É o costume meu amor, está animada para passar esses dias sem essa loucura que você vive.

_ Vou tentar me acostumar, adoro minha vida cheia de adrenalina mãe, mas vou aproveitar esses dias de descanso para curtir a senhora, meu pai e o pequeno.

_ Vai sair para se divertir também né minha filha, quem sabe conhece algum rapaz interessante.

_ Quem sabe, estou precisando de uma noite interessante mesmo.

_ Que sem vergonha, estou falando de conhecer um rapaz para namorar e quem sabe....

_ Quem sabe passar uma noite quente né dona Lucia, nada a mais que isso. Já falei para senhora que casamento não está na minha lista de prioridades por enquanto, então pode ir tirando essas ideias de sua cabecinha mãe e espero que a senhora e o papai não venha me apresentar nenhum filho do amigo, do conhecido de vocês.

Já mudei de assunto por que não quero essa ladainha da mamãe falando de casamento, que tenho que arrumar um namorado, que tenho que mudar de vida, no momento quero um homem apenas para esquentar minha cama por algumas horas, até encontrar aquele que realmente fazer meu coração bater mais forte e quem sabe derrubar essa barreira que tanto a mamãe fala.

Iniciamos nosso café e logo o meu pequeno chega com a carinha de sono.

_ Bom dia mamãe. Bom dia Fernanda.

_ Bom dia meu bichinho preguiça.

_ Ainda tá muito cedo, eu quero dormir mais Fernanda.

_ Temos que sair daqui a pouco pequeno, no avião você dorme um pouco.

_ Tá bom Fernanda.

Sentamos e tomamos nosso café com uma conversa animada, depois de arrumamos tudo e organizamos nossas malas, chamo o táxi e seguimos para o aeroporto, o Lucca foi todo o caminho já com minha agenda lotada, com tudo que íamos fazer juntos eu não ia ter tempo para nada, mas eu entendo meu irmão, ele sente a minha falta antes de vir morar aqui em Nova York eu era quem praticamente cuidava dele, não por que minha mãe não o fazia, mas por que ele sempre foi muito apegado a mim.

Chegamos ao aeroporto fizemos o Chek-in e seguimos para o portão de embarque, logo estávamos dentro do avião, o Lucca foi ao meu lado e a mamãe numa poltrona logo a frente.

Depois de cinco horas de viagem enfim pousamos em Seattle, desembarcamos e fomos pegar nossas malas, seguimos para o saguao e de longe avisto meu pai, seu Augustus estava com um grande sorriso, eu não esperei nada e corri ao seu encontro e o nosso abraço foi de pura saudade.

_ Pai!!!

_ Fernanda, minha menina, como estava com saudade de você.

_ Eu tambem pai.

_ Como eu queria ter sido mais enérgico com você e não ter deixado seguir essa carreira e ficar tão longe de nós.

_ Pai! O senhor sabe que amo o que faço e nada ia mudar minha decisao, eu estou aqui, não estou. Vou passar esses dias aqui com voces e o senhor vai matar toda a saudade.

Ele me abraça ainda mais forte e logo a mamãe e o Lucca estão ao nosso lado, seguimos em direção ao seu carro e fomos para casa, o caminho fomos conversando sobre vários assuntos, não demora muito estamos em casa.

_ Vamos Fernanda, vem quero te mostrar uma coisa lá no meu quarto, anda vamos.

_ Calma aí pequeno, deixa eu descer do carro primeiro.

_ Lucca deixa sua irmã descer primeiro e depois você mostra o que quiser a ela.

_ Tá bom papai.

Descemos e o papai pegou as nossas coisas e entramos, segui meu pequeno até seu quarto para ver o que ele queria me mostrar.

_ Pronto meu menino apressado, o que quer me mostrar?

_ Minhas medalhas. Eu quero ser igual você Fernanda, por isso ja estou treinando bem, eu corro mais rapido que todos, quando eu for fazer a prova da policia eu ja tenho resistência ne.

_ Meus parabéns pelas medalhas pequeno. O papai pensa que você vai ser um atleta né?

_ É..se eu falar que estou correndo para me preparar para ser policial ele vai me proibir, não conta nosso segredo a ele.

_ Não vou contar.

_ A mamãe e o papai quer que eu seja médico Fernanda eu não quero, quero ser advogado e depois detetive igual você, vou estudar para ser o melhor, como você é.

_ A mamãe e o papai vai enlouquecer quando souber que você quer ter a mesma profissão que a minha, mas se for realmente isso que você quer meu amor, eu vou está ao seu lado, talvez com você eles não impliquem tanto.

_ Tomara. Sabe Fernanda eu sou muito orgulhoso de ter uma irmã como você, meus colegas são seus fãs.

_ Sério! Mas eu sou uma pessoa normal meu amor, só trabalho numa profissão mais arriscada.

_ Por isso, esses dias que você vai ficar aqui, bem que você poderia ir me buscar na escola né, assim eu posso te apresentar aos meus colegas.

_ Tá bom, mas não vou todos os dias certo.

_ Certo.

_ Agora vamos antes que a mamãe venha nos buscar.

Saimos abraçados e brincando, encontramos o papai e a mamãe na cozinha arrumando o almoço.

_ Andem os dois vão lavar as mãos para almoçar.

_ Já estamos indo mamãe.

Almoçamos num clima bem animado, mesmo eu amando a adrenalina da minha profissão, a minha correria muitas vezes sinto falta desse aconchego e do cuidado dos meus pais, desses momentos familiares que passo a maior parte do tempo sem, saio dos meus pensamentos e entro no clima familiar.

Após o almoço fui descansar, um mês sem dormi direito, meu corpo estava pedindo uma trégua. Dormi quase a tarde inteira, acordei já estava quase anoitecendo, me levanto e tomo um banho, visto um short e uma regata e saio do quarto, passo pelo quarto do Lucca, mas ele não está então sigo até a sala e ele está assistindo TV.

_ Acordou né, achei que ia aproveitar mais a minha irmã, mas ela só quer dormi.

_ Eu estava cansada pequeno, passei várias noites sem dormi no meu último trabalho, mas prometo que agora serei todo seu.

_ Bem que você podia me levar para tomar sorvete né.

_ Se você prometer que vai comer todo o seu jantar, eu levo. Nao estou a fim de levar bronca da dona Lucia.

_ Eu prometo, a gente pode passear um pouco na pracinha perto da sorveteria né.

_ Podemos sim, vou me trocar e já te encontro, vê se não demora.

_ Eba...Não vou demorar.

Vou a cozinha tomar uma água e depois me trocar, encontro a mamãe já iniciando o jantar.

_ Vou dar uma volta com o Lucca mãe, antes do jantar estaremos aqui.

_ Não vai encher ele de besteira Fernanda.

_ Mãe eu só vou dar uma volta com ele, deixa eu curtir meu pequeno um pouco .

_ Está bem, mas quando chegar os dois vão ter que jantar.

_ Nós vamos, não se preocupe.

Bebo minha água e vou ao meu quarto, me troco e já encontro meu pequeno pronto, pego minha bolsa e as chaves do carro do papai e saímos. Nosso caminho ele foi fazendo todas as perguntas sobre o que eu faço, ele sempre quer saber mais e mais, não sei se é certo ou não falar, mas o Lucca é bem curioso e determinado como eu era quando crianca e quero que ele batalha pelo o que quer, assim como eu fiz.

_ Chegamos pequeno, vai querer passear na pracinha primeiro e depois tomar o sorvete?

_ Yes...

Fomos da uma volta por toda a pracinha e ele fica todo empolgado com a nossa caminhada, quando encontra alguém conhecido faz questão de me apresentar, todo orgulhoso. Andamos por toda a praça, então resolvemos tomar o sorvete para voltarmos e chegar no horário do jantar.

Voltamos por um caminho mais deserto da pracinha e somos abordados por dois homens, armados com canivetes.

_ Olá gatinha, que tal passar a bolsa.

Falo baixo so para meu pequeno escutar.

_ Lucca fica atrás de mim e quando eu falar você corre e fica em segurança ok.

_ Mas Fernanda...

_ Me obedece Lucca.

_ Tá bom

Olho para os dois que estão chegando mais perto.

_ Não escutou o que eu disse gatinha, passa a bolsa.

_ Porque não vem buscar.

_ Corajosa você, eu não quero machucar você gatinha, mas você é quem está pedindo.

Os dois se aproxima e nesse momento peço ao Lucca para correr, assim que ele está longe é hora de dar uma lição nesses bandidos.

Os dois se aproximam e tentam puxar minha bolsa, mas seguro com força e não solto.

_ Você está querendo mesmo se machucar em gatinha.

_ Será?

Nessa hora um deles vem e tenta me pegar por trás, sou mais rápida e acerto ele que cai, o outro puxa o canivete e vem para me atacar e acaba acertando em meu braço num corte superficial, luto com ele acerto um soco e ele cai no chão, o outro tenta se levantar e eu acerto ele bem no meio das pernas que cai gemendo, já puxo minha arma e aponto para os dois.

_ Os dois de joelho, joguem os canivetes para longe, e nem pensem em fazer nenhuma gracinha.

_ Calma aí gatinha.

_ Calados.

Chamo o Lucca que vem correndo ao meu encontro.

_ Lucca pega meu celular e liga para polícia.

Ele faz o que eu peço e não demora muito um carro da polícia chega.

_ Boa tarde, sou o policial Jhones.

_ Boa tarde, Detetive Fernanda Becker, departamento de Nova York, esses dois tentaram me assaltar.

_ Já estávamos atrás deles há um tempo, recebemos várias denúncias de assalto nessa área, obrigado por pegá-los.

_ Por nada. Coloquem os dois na cadeia e está tudo certo.

_ Está ferida, não quer ir ao médico?

_ Obrigado, não é nada grave.

Ele faz todos os procedimentos e fico de passar amanhã cedo para fazer a queixa e deixar esses dois presos por um bom tempo eles saem e eu sigo com meu pequeno até o carro.

_ Caraca Fernanda, foi irado como você lutou com eles.

_ Eu só fiz meu trabalho pequeno, agora vamos que tenho que passar na farmácia.

_ Naquela hora que você desarmou ele foi demais, depois me ensina a lutar daquele jeito.

_ Vou te ensinar só algumas coisas, mas não é para usar para bater em ninguém, só para se defender.

_ Eu sei Fernanda, mas eu quero aprender, não vou bater em ninguém.

_ Então está bem eu te ensino.

Chegamos ao carro e entramos, meu braço ainda sangrava um pouco, mas nada demais, vou até a farmácia e compro os itens para fazer o curativo e seguimos para casa.

Não demoramos muito a chegar, estaciono, pego minha bolsa e entramos, assim que a mamãe vê minha blusa suja de sangue já vem ao meu encontro desesperada.

_ Aí meu Deus minha filha o que aconteceu.

_ Nada demais mãe, só um corte superficial.

_ Mamãe, a Fernanda lutou com dois bandidos e bateu nos dois, foi irado.

_ Porque você gosta de correr risco minha filha.

_ Mãe os caras queriam me assaltar, eu me defendi, só isso.

_ So isso, e se eles tivessem te machucado mais minha filha e voce ainda com seu irmão.

Minha mãe vem com todo o seu cuidado, como se eu ainda fosse uma garotinha que tinha caído e machucado o joelho, eu não tenho que culpa-la, ela não conhece a minha rotina e não sabe que esse corte não é nada perto das coisas que passo no meu dia a dia, se ela soubesse dos riscos que já corri, dos machucados que já tive nem sei o que ela faria não demora meu pai chega.

_ Fernanda minha filha o que aconteceu?

_ Dois caras tentaram me assaltar, eu me defendi, mas ele conseguiu acertar meu braço com o canivete, mas nada demais pai.

_ E seu irmão?

_ Eu tô aqui pai, a Fernanda foi demais, ela luta muito e me protegeu. Foi irado vê ela batendo nos bandidos.

_ Isso não é brincadeira Lucca, sua irmã se machucou.

_ Eu sei pai, mas a Fernanda é demais.

_ Eu não entendo como você gosta de correr riscos minha filha, se tivesse uma profissão normal, não se arriscava assim.

_ Se eu tivesse uma profissão normal, ia ser assaltada e ia está agora chorando com medo do que havia acontecido. Eu me defendi pai, ajudei a colocar dois bandidos na cadeia que não vai mais atacar mulheres indefesas.

_ Eu sei minha filha, mas entenda o meu medo de pai, quero ver você bem, fico imaginando os riscos que você corre em Nova York, sozinha naquela cidade louca.

_ Pai eu sei me cuidar, não precisa se preocupar tudo bem. Deixa eu tomar um banho e comer que me deu fome.

Dou um beijo nos dois e puxo o Lucca para tomar banho para comermos, ele vai todo caminho empolgado com tudo o que aconteceu, já sei que vai ser difícil ele mudar de ideia sobre seguir a mesma carreira que eu, do jeito que meus pais lidam com a situação, não vai aceitar tão fácil a escolha dele, mas eu vou ajudar meu pequeno em tudo o que ele precisar pra segui o seu sonho, assim como eu fiz.