Capitulo 01
Valeria
Literalmente eu não estava procurando por problemas. Eu jurava que não estava, mas parece que os problemas pareciam me seguir onde quer que eu fosse, não queria dizer que eu queria algum hoje. Pelo contrário pela primeira vez, eu estava procurando por um pouco de paz e tranquilidade. Eu nao disse a Gabi que estava de volta, nesse momento eu nao queria falar a ela porque eu abandonei meu show no meio da temporada, e voltei para casa, nao queria a Gabi no meu pe me enchedo de indagações do porque eu abandonar tudo.
Eu e a Gabi somos irmas, eu sou mais nova e moramos em Sao Francisco ha dez anos desde que a nossa mae morreu que mudamos para ca, eu fui estudar bale e me tornei uma dancarina profissional e ela se formou em direito e tem seu escritorio, como faco parte de uma compahia de dança vivo no mundo fazendo apresentações, e essa ultima me fez desistir e voltar para casa, mas como nao quero enfrentar minha irma certinha me dando varios sermões, vou ver o que vou fazer assim que chegar ao aeroporto.
Assim, que desembarco invés de empurrar a mala da área de bagagens do Aeroporto de São Francisco para o táxi para que pudesse ir para o nosso apartamento, impulsivamente me dirigi para o posto de aluguel de automóveis.
__Bom dia, como posso ajudá-la?
__Eu preciso de um carro.
__Ótimo! Para onde você está indo e quanto tempo você irá precisar dele?
O sorriso dela era tão brilhante, e eu senti meus olhos lacrimejando pela luz ofuscante. Felizmente, depois do voo noturno, após o pouso eu tinha colocado os óculos escuros para lidar com a luz do sol que atravessava a pequena janela do avião. Eu odiaria que a mulher pensasse que eu estava chorando.
Não, eu me recusava a chorar sobre tudo o que tinha acontecido em Chicago. Ou a um ano e meio atrás.
Eu não era uma chorona, caramba. Nunca tinha sido e nunca seria. O mundo teria que fazer muito mais, do que me dar um malandro trapaceiro de um namorado e me tirar a carreira de dança inteira para me fazer chorar.
Eu era jovem, saudável. Eu tinha uma vida inteira pela frente. De alguma forma, eu iria descobrir o que fazer nos próximos trinta anos.
__Onde é o seu lugar favorito?
__ Eu adoro fazendas, e na costa leste tem muitas. Eu amo o verde das colinas que parecem ser infinitas, todas as ovelhas e vacas, cavalos pastando longe, e o fato de que o oceano está no final da estrada de quase todas as fazendas.
Eu adorava viver na cidade, adorava trabalhar nas cidades, também, desde que entrei na carreira de dança estava sempre ligada ao movimento ao redor de mim. Fazenda seria o último lugar que eu jamais pensaria escolher para umas férias improvisadas.
__Parece perfeito. Por quanto tempo eu posso ficar com o carro?
__Um mês, e depois eu vou ter de preencher uns papéis adicionais. Mas fica, realmente, a mais de uma hora de viagem. Um tanto baixo. Eu não posso imaginar como você poderia
possivelmente passar um mês lá.
Apesar de eu silenciosamente estar me perguntando a mesma coisa, eu entreguei meu cartão de crédito e assinei uma dúzia de papéis prometendo que não iria danificar o carro. Uns minutos depois, eu estava segurando as chaves e prestes a deixar o balcão de aluguel, quando me lembrei e algo e retornei.
__Alguma ideia de como chegar la?
Ela foi me explicar todo o caminho que eu tinha que seguir, uma hora e meia depois, eu já estava imaginando se as fazendas daquele lugar nunca mais acabariam quando eu viu um telhado. Me senti como uma marinheira que havia saída para o mar por meses antes de finalmente avistar a terra, acelerei mais e corri em direção ao que eu poderia agora ver que era a minúscula rua principal da pequena cidade de Pescadero.
A mulher da agência de aluguel estava certa sobre a beleza dos campos verdes e das ovelhas bonitas, mas ela, de alguma forma, esqueceu-se de mencionar o quanto era silencioso... Ou o quanto era solitário.
Eu tinha enchido meu mundo com música alta e prédios altos e pessoas vibrantes por tanto tempo que era estranho ser cercada por nenhuma das opções acima.
Eu liguei o rádio do carro a dada altura, mas me senti como se tivesse ligado um amplificador numa igreja, então imediatamente desliguei.
Apesar disso, como meu humor não era exatamente dos melhores, uma vez que era o primeiro dia de sol que eu tinha visto nas últimas semanas, eu estava determinada a aproveitar o sol quente e o céu azul.
Estacionei na frente da Loja Geral da cidade uma menina caminhava para fora carregando um grande saco de alimentos para cães e com um sorriso enorme.
Um homem que eu, supôs que era seu avô estava logo atrás dela segurando uma casinha de cachorro nova. Vestindo botas de cowboy e um jeans bem desgastado, ambos se encaixavam perfeitamente na cidadezinha agrícola.
Quando eu sai do carro, vi o cachorro da menina. A coleira tinha sido amarrada a um poste nas proximidades e quando ele viu a menina, o cachorro preto e branco começou a abanar tanto o r**o que seu corpo inteiro parecia uma pipa voando na brisa.
Quando eu pisei na calçada, tanto o homem quanto a menina pararam para me observar, cada um deles olhando duas vezes. Eu não conseguia entender o que os
havia chocado tanto... Não até que finalmente olhei para mim mesma. Ah, sim, era por isso. O modelo justo, sem mangas, a parte de cima rosa brilhante coberta de lantejoulas multicoloridas finalizada com as calças justas no meio das
pernas, quase opacas,combinadas com os saltos brilhantes que eu tinha usado enquanto dançava, era um pouco estranho para usar ao meio do dia. Não só aqui, mas
em qualquer lugar.
Eu tinha me esquecido, completamente, do que estava usando quando sai correndo do Auditório do Teatro de Chicago, joguei minhas coisas na mala no hotel, em seguida, fui para o aeroporto para pegar o próximo avião para São Francisco.
Um momento depois, quando me virei para a porta da frente da loja, senti como se o solo estivesse se movendo debaixo de mim. Me apoiando contra a parede, eu me dei conta de que eu não tinha comido nada nas últimas vinte e quatro horas. Apesar do que a maioria das pessoas pensava sobre a vida dos dançarinos, eu tinha um apetite saudável e um rápido metabolismo, e sabia que não deveria ter ficado tanto tempo sem comer.
Com uma nova intenção, eu empurrei a porta. Ração animal e suprimentos seguiam o comprimento de um lado todo da loja. No meio havia uma exposição de malhas, jeans, botas de cowboy.
O outro lado da loja tinha uma delicatessen e no lado oposto, várias unidades frigoríficas
que continham ovos e queijo e leite, além de prateleiras abastecidas com comida enlatada.
Eu peguei um saco de batatas fritas e caminhei até o caixa. O adolescente atrás do balcão ficou vermelho brilhante quando me viu.
__ Em...em que posso ajudá-la?
Ele engoliu em seco e chegou até a soltar a gola de sua camiseta ao me olhar de cima em baixo.
Eu ainda pensei eu voltar ate o carro e procurar algo para colocar sobre a minha roupa de dança, mas eu estava me divertindo com o modo que ele estava me olhando. Só porque eu tinha terminado com um homem não significava que eu não quisesse ser desejada por eles. Dessa forma, eu poderia ter o prazer de chutar todos eles para a calçada exceto o doce adolescente, é claro.
__Qual é o melhor sanduíche que você tem?
Os olhos dele se arregalaram
com a minha pergunta, como se eu tivesse lhe perguntado sobre como a Terra gira em seu
eixo, ao invés de frios e pão. E o menino estava trabalhando duro para manter seus olhos no meu rosto, em vez de deixá-los descer pelos meus s***s, que estavam extremamente à mostra devido a minha roupa. Ele era tão bonito que eu queria saltar sobre o balcão para abraçá-lo e fazer com que eu me sentisse bem novamente, pelo menos por alguns segundos com a
adoração adolescente.
__Hum, eu não sei. Talvez o X- Burger.
__Parece bom.Eu também vou tomar a xícara mais forte de café que você puder me preparar.
Eu nao sabia por quanto tempo eu ficaria dirigindo nas estradas de fazenda antes de encontrar um lugar para ficar para o pernoite? Então o melhor é esta forte e alimentada para conseguir seguir nessa minha jornada.
Entreguei o dinheiro ao adolescente para pagar tudo que comprei e ele pega o dinheiro com a mão trêmula.
__Você poderia me dizer onde fica o banheiro?
Ele vira uma confusao em pessoa, deixou cair tudo no chão, em seguida,bateu a cabeça na gaveta da registradora que estava aberta, quando ele foi para apanhar o que havia caído.
Claramente, não confiando em si mesmo para falar desta vez, ele simplesmente se ajoelhou no chão e apontou para a parte de trás da loja com a mão
trêmula.
Eu olhei para ele e vi que era uma boa ideia lhe dar uma pausa, enquanto ele fazia meu
sanduíche, pois eu odiaria se ele cortasse a ponta de um dedo com o cortador de carne só porque eu estava com uma roupa bem provocante para o local.
Depois de sair do banheiro, eu tive alguns momentos para olhar um pouco em volta. Na segunda olhada, tinha dentro da loja, uma pequena fazenda com um "hipermercado", com mantimentos e roupas e ração para frango, claramente tudo
que tinha igual importância para as pessoas que viviam aqui.
Eu fazia parte da comunidade de dança a tanto tempo que eu não tinha jamais olhado para qualquer outro mundo.
Mas, agora, até mesmo o pensamento de dançar deixava meu estômago doente. Meu ex tinha me cortejado com a dança... e em seguida me traiu com isso.
Uma vez, eu dançava para mim mesma, pela alegria pura que me dava. Até que passado alguns meses, quando era pouco mais do que um fantoche do Victor, dançava para tentar agradá-lo. Até o momento que eu percebi que nada o agradava, eu tinha esquecido como era dançar por qualquer outro motivo. E agora, sentia como se houvesse uma zona morta, dormente dentro de mim onde meu coração costumava estar.
Estava prestes a voltar para a delicatessen para pegar meu sanduíche, quando notei um grande quadro cheio de panfletos. Olhar para um anúncio do conselho comunitário era como uma janela perfeita para outras vidas que eu nunca viveria. E a verdade era que, como eu tinha dirigido a curta Rua Principal, tinha ficado surpresa pela forma bonita da cidade.
As vitrines tinha charme do velho oeste e eu até passei por uma fazenda surpreendente que parecia uma imagem de uma revista.
No meio do quadro tinha um pedaço de papel branco com as palavras
Precisa-se de um trabalhador agrícola, forte, claramente que tenha mãos masculinas.
Nem por um segundo de minha vida eu já tinha pensado em viver ou trabalhar em uma fazenda. Por toda a minha vida, eu sabia exatamente o que eu era e o que seria: uma dançarina.
Só que, desde que eu não ia mais dançar, por que não tentar algo completamente diferente, algo que poderia muito bem vir a ser a minha segunda opção.
Talvez se eu tivesse dormido mais de uma dúzia de horas durante toda a semana, eu poderia ter tomado uma decisão mais clara, mais calma do que eu estava fazendo.
Porque eu não estava procurando problema. Eu jurava que não estava. A coisa era que, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia uma agitação de excitação. De antecipação.E uma emoção que fazia com que sentisse um pouco de medo.
Eu sempre gostei dos passeios assustadores no parque de diversões, e tinha sido a única a arrastar minha irmã para os filmes de terror. Mas o que poderia ter de assustador no trabalho como um trabalhador rural?
Especialmente quando eu já tinha decidido que seria a melhor trabalhadora agrícola que o mundo já viu. Não tentaria agradar a ninguém, mas a favor de mim mesma, e saber que no final de um longo dia na fazenda, tinha feito um bom trabalho do qual eu poderia me orgulhar.
Arranquei o anúncio fora do quadro e o coloquei em frente do menino da delicatessen. Eu era impulsiva, mas não era estúpida.
__Você conhece o cara que postou isso? Ele é um homem bom?
__Claro, Miguel é bom.
Provavelmente, um velho
fazendeiro como o avô que eu tinha visto na calçada, que estava casado a 50 anos e que
precisava de um pouco de ajuda extra com suas galinhas e vacas e ovelhas.
Eu não tinha ideia do que essa ajuda implicaria, mas eu sempre fui uma aprendiz rápida.
__Você pode me dizer como eu chego á fazenda dele?
Não sei se era loucura ou não o que eu estava fazendo, mas eu iria passar esse mês inteiro trabalhando para o senhor Miguel, ser a melhor trabalhadora rural que ele já teve em sua fazenda.