A Bella e a Fera da Máfia

A tempestade rugia lá fora, a mansão Romano tremeu com o impacto de cada raio que riscou o céu. O vento gelado batia contra as grandes janelas de vidro, enquanto o trovão fazia as paredes da casa ecoarem com sua fúria. Dentro da mansão, tudo parecia estar em silêncio, exceto pelos soluços baixos de Helena. Ela estava sentada na cadeira de seu quarto, tremendo de medo. Seus olhos grandes, cheios de lágrimas, estavam fixos na janela, onde a chuva se espremia contra o vidro como se quisesse invadir o conforto da casa. A pequena Helena, com seus cabelos dourados e roupas delicadas, parecia uma flor recém-cortada, vulnerável e fragilizada pela tempestade que se abatia sobre ela. Salvatore estava ao lado dela, os olhos intensos observando-a com uma dedicação implacável. Ele era mais velho, mais forte, e, agora, mais do que nunca, se via como o único escudo de Helena. Quando o pai morreu, em seu leito de morte, ele havia dado duas ordens claras e irreversíveis para o filho: "Ódio pelos Bianchi" e "Proteja sua irmã, Salvatore, como se ela fosse uma rosa. Sua mãe... não sobreviveu ao seu nascimento, e você é o único que pode protegê-la." Era como se a vida de Salvatore tivesse sido selada naquele momento, e ele passou a carregar o peso de sua missão como um fardo pesado sobre os ombros. Helena, com seus olhos grandes e inocentes, sempre foi sua responsabilidade. Ele a via como uma rosa, delicada e intocada, algo que não poderia ser quebrado ou sujo. Era uma rosa que ele mantinha segura em uma redoma de vidro, longe dos ventos da violência e das ameaças externas. Sua irmã não sabia da guerra implacável que se desenrolava fora das paredes da mansão, nem sabia do ódio visceral que existia entre os Romanos e os Bianchi. Mas Salvatore sabia. E ele nunca a deixaria saber, nunca deixaria ela ser tocada pela sombra dos inimigos da família. "Salvatore, estou com medo", a voz de Helena m*l saiu como um sussurro entre os soluços. Ela se encolheu mais contra ele, os pequenos dedos segurando a manga de sua camisa com uma força desesperada. "Não vai acontecer nada, Helena", ele murmurou, a suavidade de sua voz escondendo a brutalidade que vivia dentro dele. Ele a abraçou com toda a força que podia reunir, o cheiro de seu cabelo fresco e delicado preenchendo suas narinas enquanto ele a envolvia completamente com seus braços. Sentiu a fragilidade dela, quase como se um sopro mais forte poderia quebrá-la. Era uma sensação que ele sempre teve: o instinto de proteger Helena, de mantê-la longe de tudo que era c***l e violento. Ela era a última coisa boa em um mundo que se tornava cada vez mais impiedoso. "Eu vou cuidar de você, Helena", disse ele, sua voz grave, mas com um tom suave, como se quisesse garantir que a tempestade lá fora nunca chegasse a ela. "Eu sou sua proteção, sou sua força. Você é minha responsabilidade." Ela não disse nada, mas olhou para ele com os olhos marejados, buscando conforto. Helena sempre soubera que Salvatore era seu defensor. Ele sempre esteve ali, sendo o pilar em que ela se apoiava, como um farol em meio ao caos da guerra e da raiva que dominava o nome Romano. A cada trovão, Salvatore apertava mais os braços ao redor dela, mantendo-a segura. Ele sabia o que a aguardava, o que os Bianchi representavam para sua família. Eles eram inimigos jurados, e ele carregava o peso do ódio familiar em cada ação que tomava. Salvatore jamais permitiria que o nome Romano fosse manchado pelos Bianchi. Ele jurara que, enquanto vivesse, a ameaça dos Bianchi nunca chegaria até sua irmã. Helena, sua rosa intocada, era tudo que restava de puro e belo em sua vida. E ele jurara, com toda a fúria e convicção que seu sangue Romano podia conter, que os Bianchi pagariam por cada dia de sofrimento que causaram a sua família. Helena, com os olhos ainda marejados, finalmente se acalmou nos braços dele, confiando em sua proteção como nunca antes. Ela era a rosa. E Salvatore era o guardião que a manteria longe de tudo que fosse sujo e c***l. * * *