Capítulo 2

1251 Words
Lucas é um jovem lobo que está passando por maus bocados em sua vida, as descobertas da puberdade, a vida amorosa, os amores não correspondidos. Mas cada coisa que fazem a ele, deixa de ser um aprendizado. Lucas sofre de depressão há anos e isso o afeta de forma muito negativa para sua vida pessoal, social e familiar. Lucas era forte, mesmo com a depressão em um estado crítico. Ele insistia em lutar, persistindo em manter a esperança por seus amigos. Ele queria viver. Presente: Lucas acordou cedo pela manhã, mais cedo até que seu despertador. Levantou-se com um pouco de preguiça, mas não se deixou levar por ela, queria estar acordado e fora de casa o mais rápido possível. Tomou um rápido banho e vestiu sua cueca favorita, uma vermelha com a parte da virilha pintada de preta, uma calça de moletom para o frio e uma camisa de algum desenho que ele acha interessante. Depois, escovou seus dentes e suas presas e por último, deu aquele verdadeiro “trato” no pelo, pois estava bem bagunçado e cheio de nós. — Bom dia, Lucas! — disse sua mãe o abraçando com força, fazendo ele se sentir meio aconchegado em meio ao abraço, era reconfortante a sensação dele. — Bom dia, mãe — responde baixo, apenas sentindo o calor do abraço. — Dormiu bem? — o lobo respondeu que sim e beijou a bochecha de sua mãe. — Tome o café da manhã, a primeira refeição é sempre a mais importante. Se quiser, pode comer a rosca inteirinha! — a rosca é quase um pão, mas geralmente vem com uma cobertura muito gostosa, a preferida de Lucas é chocolate. — Obrigado mãe, bom dia pra você e dá bom dia pro papai por mim — o lobo sorriu de leve e começou a tomar seu café, uma mesa farta cheia de frutas, um sanduíche, pães e algumas coisas mais doces. O lobo começou a comer a rosca com um pouco de café com leite e também com um pouco de manteiga para ficar ainda mais gostoso. A loba se sentou na mesa e começou a tomar seu café da manhã, mas em silêncio, enquanto o Lucas perguntava coisas cotidianas do tipo “tá tudo bem?” e a loba sempre respondia que sim e o assegurava que tudo estava bem. Hoje o dia realmente era diferente. — Geralmente… quando acordo… vocês estão brigando... mas hoje foi diferente. — Eu tentei conversar com seu pai para… melhorar seu dia, já que talvez… você não se sinta à vontade com isso. — Sim… eu não me sinto. A cozinha ficou em silêncio e a loba terminou de tomar seu café e foi para a pia lavar a louça. O lobo comeu um pouco mais e terminando seu café, foi escovar os dentes novamente. — Tchau, Lucas — disse a mãe do lobo. — Tchau, filhão! Vê se traz uma garota pra casa dessa vez! — disse o lobo rindo ainda relaxado no sofá, aquilo incomodava profundamente Lucas. O lobo saiu de casa com as orelhas baixas, colocou seu capuz e botou uma música para ouvir enquanto caminhava. A escola era um pouco longe, mas o lobo preferia ir sempre caminhando. No caminho ele se encontrou com Ryan, o guaxinim estava alegre, e Lucas se alegrou pelo simples fato de seu amigo estar ali, esquentando seu coração com um sentimento que talvez nunca seria revelado. Os dois perceberam que o colégio estava próximo e então correram para chegar cedo e poderem se sentar em seus lugares privilegiados, possuindo uma boa visão da lousa. O guaxinim se sentava de forma mais relaxada na mesa, por ser mais atlético que Lucas, o guaxinim se comportava diferente do lobo, que era mais certinho e guardava seus materiais de forma mais organizada, além de roupas mais comuns, enquanto Ryan se vestia de forma mais descolada. Logo chegou naquela sala o aluno problemático, Matheus, a hiena não era um aluno fácil de se aturar. Mas ele tinha sempre um tempo para arruinar o dia de Lucas, mesmo sabendo que Lucas era diagnosticado com depressão. — Eae, Luquinhas — sorriu Matheus, o mesmo se sentou ao lado de Lucas e ficou olhando para o lobo. Matheus nutria por Lucas sentimentos intensos, um misto de amor e ódio e ele ao mesmo tempo, machucava Lucas e queria estar perto dele. — Deixa ele em paz, Matheus — rosnou o guaxinim já irritado, o mesmo já havia sentido que Lucas havia tido uma mudança em seu comportamento. — Por quê? Só estamos brincando… não é, depressivo? — disse Matheus, provocando Lucas. — Não estamos brincando — disse Lucas em um tom audível — Eu só vim aqui para estudar, me deixa em paz. — Calma, moleque! — riu a hiena e o guaxinim tentou intervir, mas outras duas hienas o seguraram. A professora ainda não havia chegado e isso era o maior dos problemas. — Vamos ver o que ele trouxe hoje — disse Matheus, olhando o que tinha na mochila. Lucas logo lembrou que seu diário estava ali. — Tira suas patas da minha mochila! — gritou o lobo e tentou pegar a mochila das mãos da hiena, mas a hiena foi mais rápida e puxou a mochila de volta. Ele deu um abraço ao redor do pescoço de Lucas e esfregou as patas na sua cabeça, deixando seu pelo todo bagunçado, tentando se safar, Lucas deixou cair o diário. — Esse é o seu... diário? — pegou o caderno que tinha um cadeado — José... quebra isso — deu ao gato que destrancou o cadeado com facilidade — Que ótimo… — disse Matheus com um sorriso de satisfação. Lucas foi agarrado por trás igual ao guaxinim. Os outros alunos da sala nem sequer se moveram, ninguém queria confrontar a hiena e sua mandíbula poderosa. Guilherme não estava na sala e Raul e Bianca ficaram calados, assistindo tudo. — Olha... o que temos aqui. — Mateus começou a ler em voz baixa o diário, coisas sobre a raiva que ele passa com os pais e até mesmo com a própria hiena, até chegar em um monte de 15 páginas com pontas coloridas — RYAN? — gritou a hiena — VOCÊ AMA SEU AMIGO? Os alunos ficaram espantados, não era comum naquele colégio acontecer de alguém demonstrar que era gay. Matheus ficou furioso por Lucas sentir aquilo por Ryan. — Tá vendo Ryan… um dia você salva seu amigo do seu líder de equipe… outro dia ele quer beijar você! — rosnou a hiena. — E o que é que tem? — perguntou o guaxinim furioso, tentando se soltar e ajudar seu amigo lobo que no calor do momento chorava e se debatia, uma crise de ansiedade que poderia levar a coisas mais pesadas. — LUCAS! PROFESSORA! PROFESSOR! — berrou o guaxinim, mas sua boca foi fechada e ele levou um soco na barriga, a hiena voltou a ler. — Acha os músculos dele atraentes? Acha que ele tem um físico esbelto? — ele se aproximou do lobo que estava chorando, mas de pé pelas hienas que o agarravam, Matheus debochou — É tão bonito vê o Luquinha chorando, tão bonitinho — os outros alunos riram, Ryan recebeu outro soco na barriga, tão forte que embrulhou seu estômago — Lucas começou a gritar para Matheus. Matheus disse: — Quer ajudar o namoradinho, é? — quando a hiena deu mais um soco em Ryan, o professor Liam apareceu para separar a briga.
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